09/04/2020 Educação financeira

No artigo deste mês falaremos sobre educação financeira. As primeiras coisas que precisamos ter claras, são:

  1. não existe idade para começar a gerenciar o dinheiro

  2. você sempre poderá aprender mais sobre como usar, poupar e investir

Dito isto, quanto mais se sabe, mais amplo e interessante fica o assunto. Fazer o dinheiro “render” exige conhecimento, mas para que isto aconteça é fundamental que exista dinheiro.

A educação financeira pode e deve ser ensinada para crianças e adolescentes. É nesta fase que aprende-se muito do jeito de lidar com a vida, com os recursos e com as necessidades.

O tema “dinheiro” ainda é tabu para muitas famílias e não há motivos para ser. Todas elas fazem a gestão dos recursos, a divisão entre as contas, o que economizar, os planejamentos e etc. Se a soma do montante é maior ou menor não importa, o cálculo é feito em todas elas.

Vamos aqui trazer algumas dicas para ajudar você a inserir a educação financeira na sua casa, com crianças e adolescentes.

  1. A primeira dica é para os adultos, tenha paciência e mantenha os critérios ensinados na vida prática da família. As crianças aprendem pelo exemplo;

  2. Para crianças, faça um cofrinho em um frasco transparente para guardar o dinheiro. O cofrinho colorido é uma ótima ideia, mas não dá às crianças o estímulo visual necessário para que aprendam a poupar. Quando você usa um pote transparente, elas veem o dinheiro crescendo e isto é um incentivo;

  3. Nada de mesada. Dos três aos seis anos de idade, as crianças geralmente não estão interessadas em subsídios, mas você pode dar dinheiro de vez em quando para os cofrinhos;

  4. Ensine o valor do dinheiro para que ele entenda que existem coisas que custam mais e outras menos - pode-se fazer isso comparando uma bala, uma caixa de lápis de cor e um brinquedo por exemplo. Uma bala custa x, uma caixa de lápis de cor custa 20x e assim por diante.

  5. Para crianças maiores e adolescentes, tenha três cofres transparentes, para economias de curto, médio e longo prazo e ensine a diferença das economias, ou seja, se a ideia é ir a uma festa a economia é de curto prazo, já para comprar um teclado novo para o computador é preciso juntar um pouco mais, e para comprar um novo video game é preciso acumular ainda mais, ou seja, um investimento de longo prazo. Toda vez que ele tiver dinheiro em mãos e tiver que separar para guardar nos cofres, terá que considerar os objetivos e dividir o dinheiro de acordo com a prioridade por ele estipulada;

  6. Fale sobre dinheiro, economias, preços em casa. Conte o valor das contas da casa, do valor do pão ao valor da conta da luz. Quando o assunto faz parte do cotidiano, ele deixa de ser um problema e passa a ser só mais um assunto;

  7. Explique a origem do dinheiro, a quantidade de trabalho, estudo e dedicação para ganhar o salário, que é o dinheiro. Explique que não “cai do céu” e que é fruto de esforço diário;

  8. Para crianças acima dos 7 anos a mesada passa a ser aconselhada, porém ela é uma troca por atividades realizadas, pode ser em casa mesmo, como arrumar a cama, ajudar na louça e etc. É importante porque reforça o conceito que o dinheiro vem em troca de algum esforço. E, nas primeiras semanas e meses, procure entender o uso do dinheiro e faça sugestões se achar necessário;

  9. Com crianças maiores e adolescentes apresente o valor de coisas mais caras e como duas coisas diferentes podem custar a mesma coisa, por exemplo: é possível comprar uma calça por R$500 ou uma passagem aérea para algum lugar, pelos mesmos R$500. Ou seja, o dinheiro pode ser direcionado para diferentes objetivos, é preciso ter metas e objetivos para não desperdiçar;

  10. Por fim, deixe a criança ou o adolescente cometer erros, fazer escolhas mal pensadas e gastar onde não deveria. É a experiência própria que faz o ensinamento se consolidar. Certamente, na próxima oportunidade, ele irá considerar melhor o uso do seu dinheiro.

Com estas dicas, o dinheiro passa a ser parte do dia a dia. Crianças e adolescentes que têm a oportunidade de crescer com estímulos e informações sobre educação financeira, são adultos mais conscientes e responsáveis sobre as suas atividades e ganhos.